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Bryan mamando com 1 mês de vida |
Estamos na semana do aleitamento materno (1 a 7 de agosto) e decidi vir fazer o relato da minha experiência com a amamentação.
Quando engravidei a primeira vez, imaginava que a amamentação era algo natural, e portanto não precisava me preparar, nem ler nada sobre o assunto, já que seria moleza: só colocar o bebê no peito, e voilá.
No primeiro dia eu tentei amamentar, aliás, esse era meu maior sonho, conseguir amamentar exclusivo. Como não pesquisei nada sobre pega correta, assim que Bryan começou a mamar somente pegando meu mamilo, a dor foi excruciante. Ainda na maternidade meu mamilo começou a soltar camadas de pele, e ferir. O pediatra chegou a brincar dizendo que ficaria pior, que provavelmente meu mamilo iria cair (ele falou em tom de piada, mas convenhamos que com isso não se brinca). O leite demorou 3 dias para descer, o peito ficou duro, Bryan não dava conta de mamar tudo, e quase tive mastite, já que tive febre, só que com a bombinha manual consegui aliviar o incômodo. Desde o primeiro dia Bryan mamou complemento. Juntou o fato de não receber apoio no hospital, e o mamilo ferido, e acabei sucumbindo a mamadeira. Chegando em casa, pensei que em um ambiente mais tranquilo (fiquei muito estressada no hospital), eu teria mais facilidade para amamentar. Ledo engano. O mamilo esquerdo foi o que mais feriu, chegando a sangrar e sair pus. Quando vi meu filho golfando sangue entrei em desespero. Me recusei a amamentá-lo. Aquele momento era de tamanha aflição e dor. Eu chorava quando amamentava, e não era nada prazeroso. Cada vez mais fui introduzindo o complemento, e ele mamava muito pouco no seio. Com o tempo, comecei a usar as conchas, e começou a sarar. Bryan fez 1 mês e finalmente aprendeu a sugar corretamente. Eu alternava o peito e a mamadeira, mas confesso que dava mais a mamadeira. Dava a desculpa que tinha pouco leite, mas é óbvio que a produção diminui por conta da mamadeira. Com 4 meses e alguns dias, Bryan aceitou o peito pela última vez. A amamentação estava começando a se tornar prazerosa, e fiquei muito triste em vê-lo recusar o meu peito. Com 5 meses introduzi os alimentos, e assim seguimos.
Com a minha segunda gestação foi tudo diferente. Eu me preparei, me emponderei, e disse que amamentaria exclusivo até os 6 meses. Comprei uma pomada super recomendada, assisti a vários vídeos de pega correta, e quando Isabela nasceu foi tudo muito natural. Senti uma conexão muito grande com ela, logo assim que ela veio para o quarto. A enfermeira tinha dito que o tempo em que eu me recuperava da anestesia, ela tentou dar uma mamadeira para ela, e advinhem? ela não quis mamar. Fizeram testes de glicose nela, e como continuou normal deixaram assim. Ela mamava sempre que solicitava. Eu só marcava o tempo para alternar os seios, mas desde o início sempre amamentei em LD.
Com a pega correta, meu mamilo não feriu. Sempre foi prazeroso,e um momento de tamanha conexão entre a gente. Ao contrário de muitas mulheres que não recebem apoio, eu sempre recebi apoio do meu esposo e da minha familia, já que minha mãe amamentou as 3 filhas exclusivamente, ela sempre me incentivou a prosseguir. A Pediatra também sempre frisou a importância da amamentação até o 6° mês.
Saber que eu estava oferecendo o melhor a minha filha, sempre me deixou orgulhosa da minha decisão. Nunca fiquei cansada ou sem vontade de amamentar, pelo contrário, às vezes acordava a Bebela quando passava muito tempo, para que ela pudesse mamar. Nunca pensei que meu leite era fraco, ou pouco. Com o tempo a demanda foi se ajustando as necessidades dela, e no dia 21 de julho completamos 6 meses de amamentação e carinho.
Apesar da introdução das papinhas, continuo amamentando com muito amor! Não tem momento mais sublime e apaixonante do que quando ela me olha, e faz carinho no meu rosto, quando está mamando. Pretendo continuar até ela não querer mais. Esta é a tarefa mais gratificante de ser mãe. Saber que eu fui insubstituível nos 6 primeiros meses me deixa ainda mais orgulhosa de todo tempo que dediquei a este momento.
O peito não é só alimento,é consolo, carinho, conexão. Amamentar é o maior ato de amor que uma mãe pode ter com seu filho.
Sei que tem mães que não conseguem, e nem por isso deve se sentir inferior. A mamadeira quando é oferecida com amor, também é capaz de criar um vínculo enorme de carinho com o bebê.